A oração é antes de tudo diálogo, relacionamento de amor e de amizade que vai crescendo lentamente dentro de nós e nos abre para os outros. Não é possível rezar e não sentir dentro do coração as alegrias e os sofrimentos que agitam a vida dos nossos irmãos. É importante descobrir a oração como momento de auto-conhecimento. Santo Agostinho dizia: que eu te conheça a ti, Senhor para que me conheça a mim. Mas, que quer dizer rezar como somos? Vamos tentar explicar um pouco e assim assumir o caminho da oração como momento de divina terapia. Estou convencido que o nosso melhor terapeuta, psicólogo e psicanalista é o Senhor que, na intimidade com ele, nos revela quem somos e nos faz sentir as mudanças que são necessárias realizar na vida.
A oração nunca é algo de mecânico e nem um exercício físico, mas sim um entregar-se ao Senhor da vida para que ele atue em nós o seu projeto. O orante não tem mais desejos próprios nem vontade própria porque aprendeu a ter uma única vontade que é a do Senhor que se manifesta no dia a dia. A oração não pode ser algo de forçado, de imposto, mas é como água que borbulha no mais profundo de nós mesmos e, como água viva, vai jorrando e fecundando com vida nova todas as áreas do nosso eu. Para Santa Teresa de Ávila, mestra da oração, gera uma harmonia e um desenvolvimento de todo o nosso ser. Por isso para ela as almas que não rezam são como um corpo estropiado ou paralítico que tem mãos e pés mas não os podem mover. E assim se passa. Há almas tão enfermas e tão habituadas às coisas exteriores que não há remédio nem parecem poder entrar em si mesmas.
A oração cria fortes convicções e alicerceia a nossa vocação tornando-nos capazes para resistir a todas as dificuldades que podemos encontrar. É fonte de luz e fortalece a nossa vontade, orienta, ilumina e sustenta todos os nossos passos no caminho da permanente conversão.
Rezar como somos é não ter medo de nós mesmos e de nos olhar no espelho para ver as nossas feridas, não desanimar diante dos nossos fracassos mas sempre retomar o caminho para chegar à meta que temos diante de nós: sermos amigos fortes de Deus. Três virtudes me parecem importantes se nós queremos rezar como somos, do jeito personalizado que marca a vida de quem empreende o caminho da oração:
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